Autismo e Medicamentos na Gravidez: Fato ou Fake?

Carlos Farias
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Nos últimos anos, têm circulado nas redes sociais diversas alegações de que o uso de certos medicamentos durante a gravidez poderia causar autismo nos bebês.


Mas será que isso é verdade? Vamos entender o que dizem os estudos científicos mais recentes e confiáveis sobre esse assunto.


🤔 O que é o Transtorno do Espectro Autista (TEA)?


O TEA é uma condição do neurodesenvolvimento que afeta a comunicação, a interação social e o comportamento.

Os sinais geralmente aparecem antes dos três anos de idade e podem variar de leves a mais intensos. A causa do autismo ainda não é totalmente compreendida, mas sabe-se que fatores genéticos têm papel importante, além de possíveis influências ambientais.


💊 Medicamentos na gravidez: existe risco?


Um dos medicamentos mais comentados é o paracetamol (acetaminofeno), amplamente usado por gestantes para aliviar dores e febre.

Estudos anteriores sugeriram uma possível associação entre o uso prolongado de paracetamol na gestação e o risco de autismo.

No entanto, uma nova pesquisa publicada na revista JAMA analisou dados de 2,5 milhões de crianças na Suécia e concluiu que não há evidência de aumento do risco de autismo, TDAH ou deficiência intelectual relacionado ao uso de paracetamol durante a gravidez.


Esse estudo utilizou uma metodologia robusta, comparando irmãos com os mesmos pais biológicos, o que ajuda a eliminar fatores genéticos e ambientais que poderiam distorcer os resultados. 

A conclusão foi clara: o uso de paracetamol, quando clinicamente indicado, não representa risco aumentado de autismo.


📊 Outros medicamentos e fatores


Outro estudo brasileiro publicado na revista Ciência & Saúde Coletiva investigou o uso de medicamentos, tabaco, álcool e drogas ilícitas por pais e mães antes e durante a gestação.

Os resultados mostraram que o uso de antitérmicos/analgésicos teve uma associação estatística com o TEA, mas essa relação ainda precisa ser melhor compreendida.

Já o uso de tabaco, álcool e drogas ilícitas não apresentou relação significativa com o autismo.


É importante destacar que associação não significa causa. Muitos fatores podem influenciar os resultados de estudos, como predisposição genética, condições de saúde da mãe, e até o ambiente em que a criança cresce.


✅ O que é fato?


- O autismo tem forte componente genético.

- Estudos mais recentes e robustos não confirmam que o uso de paracetamol durante a gravidez cause autismo.

- O uso de medicamentos deve sempre ser orientado por um médico, especialmente durante a gestação.


❌ O que é fake?


- Afirmar que qualquer medicamento isoladamente causa autismo.

- Espalhar medo sem base científica sobre o uso de remédios comuns como o paracetamol.

- Ignorar o papel da genética e outros fatores no desenvolvimento do TEA.


📝 Conclusão


A ciência está em constante evolução, e é natural que estudos tragam novas hipóteses.

No entanto, é essencial basear nossas decisões em evidências sólidas e não em boatos.

Se você está grávida ou conhece alguém que está, o melhor caminho é sempre conversar com um profissional de saúde antes de tomar qualquer medicamento.


A informação correta salva vidas e evita preocupações desnecessárias.

Compartilhe este artigo com quem precisa saber o que é fato ou fake sobre o autismo e os medicamentos na gravidez!


Fontes:


CNN Brasil – Estudo sobre paracetamol e autismo  

SciELO – Estudo sobre fatores associados ao TEA


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