📱 O fenômeno da superexposição
Nos últimos anos, as redes sociais se tornaram palco de discussões importantes sobre saúde mental e neurodivergência.
Termos como autismo e TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) passaram a circular com frequência em vídeos, memes e postagens que prometem “diagnósticos em 60 segundos”.
Mas essa visibilidade crescente trouxe também um efeito colateral preocupante: a banalização dessas condições.
🎉 Chás revelação de diagnóstico?
Um exemplo recente que viralizou foi o dos chamados “chás revelação de autismo” — festas em que famílias celebram o recebimento de um laudo com bolo, balões e broches como “Parabéns pelo TDAH”.
Em outro vídeo, jovens tentam adivinhar o diagnóstico de uma amiga como se fosse um jogo. A neuropsicóloga Carolina Braga alerta:
> “Quando colocamos isso como mais um ‘status’ ou uma comemoração, estamos desqualificando a luta de pessoas que buscam inclusão, direitos e qualidade de vida adequada”.
⚠️ O perigo do autodiagnóstico
Com a popularização de conteúdos rápidos no TikTok e Instagram, muitos usuários se identificam com listas de sintomas e concluem que têm TDAH ou autismo — sem qualquer avaliação profissional.
> “A pessoa pode ser desatenta e esquecida por inúmeros fatores que não são TDAH. Muitos diagnósticos são feitos só com aplicação de testes. É preciso raciocínio clínico”, afirma o psiquiatra Paulo Mattos, da UFRJ.
Esse tipo de conteúdo gera engajamento, mas também confusão, estigmatização e desinformação.
A psicóloga Clarissa Webster, da USP, reforça que o diagnóstico de transtornos mentais é complexo e exige entrevistas clínicas, análise de histórico e observação comportamental.
🧩 Neurodivergência não é tendência
A superexposição de termos como “TEA” (Transtorno do Espectro Autista) e “TDAH” nas redes sociais pode criar uma falsa sensação de pertencimento — ou até mesmo glamourizar condições que exigem acompanhamento, adaptação e respeito.
O risco é transformar o sofrimento em conteúdo, e o diagnóstico em rótulo.
💬 Como abordar o tema com responsabilidade
- Evite simplificações: não compartilhe listas de sintomas como se fossem testes diagnósticos.
- Valorize relatos reais: amplifique vozes de pessoas neurodivergentes, mas sem explorar sua dor.
- Consulte fontes confiáveis: compartilhe conteúdos produzidos por profissionais da saúde.
- Promova empatia, não estigmas: neurodivergência não é moda, é parte da identidade de milhões de pessoas.
📢 Conclusão
Falar sobre autismo e TDAH é essencial — mas é preciso cuidado, respeito e responsabilidade.
Que as redes sociais sejam espaço de acolhimento e informação, não de espetacularização.
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