A inflação pressiona o orçamento das famílias e das escolas públicas.
Descubra como o custo de vida afeta o acesso à tecnologia na educação e o que as políticas públicas estão fazendo para enfrentar a desigualdade digital.
📌 Quando o preço da comida afeta o Wi-Fi da escola
A inflação não é apenas um número nos boletins econômicos — ela é uma força silenciosa que molda o cotidiano das famílias, das escolas e dos estudantes.
Em 2025, o custo de vida no Brasil segue em alta, com impacto direto sobre alimentação, transporte, moradia e educação.
E quando o orçamento aperta, o acesso à tecnologia nas escolas públicas se torna ainda mais desigual.
🧠 O impacto da inflação na educação pública
Segundo o IBGE, o grupo Educação foi o que mais subiu no IPCA de fevereiro: alta de 4,98%, com destaque para mensalidades escolares e materiais didáticos.
Esse cenário afeta diretamente:
- A capacidade das escolas de investir em infraestrutura tecnológica.
- O acesso dos alunos a dispositivos como tablets e notebooks.
- A manutenção de redes de internet estável e de qualidade.
- A formação de professores para uso pedagógico da tecnologia.
🧒 Desigualdade digital: quando a tecnologia não chega para todos
Apesar dos avanços, apenas 29% das escolas públicas brasileiras possuem equipamentos tecnológicos para os alunos — e mesmo nesse grupo, a média é de 1 computador para cada 10 estudantes.
A velocidade da internet é adequada em apenas 11% das instituições, segundo o NIC.br.
As disparidades regionais são gritantes:
- No Norte, apenas 63,7% das escolas têm acesso à internet.
- Escolas indígenas e quilombolas apresentam os menores índices de conectividade.
- A maioria das escolas municipais ainda depende de conexões lentas e instáveis.
🏛️ Políticas públicas: avanços e desafios
O programa Escolas Conectadas, do Governo Federal, já levou internet de qualidade a 82,2 mil escolas públicas, o que representa 60% da rede nacional. A meta é alcançar 137,8 mil instituições até 2026, com investimento de R$ 8,8 bilhões.
Mas o desafio vai além da conexão:
- É preciso garantir equipamentos suficientes para os alunos.
- Formar professores para uso pedagógico da tecnologia.
- Manter a infraestrutura com velocidade adequada e suporte técnico.
- Priorizar escolas em regiões vulneráveis e de difícil acesso.
🛠️ Estratégias para mitigar os efeitos da inflação na tecnologia educacional
1. Parcerias público-privadas
Empresas de tecnologia podem colaborar com governos para fornecer equipamentos e plataformas educacionais.
2. Educação financeira nas escolas
Ensinar alunos e famílias a lidar com o orçamento doméstico ajuda a enfrentar os efeitos da inflação.
3. Uso inteligente de recursos
Investir em plataformas gratuitas, recondicionamento de equipamentos e redes comunitárias pode ampliar o acesso.
4. Mapeamento de vulnerabilidades
Identificar escolas com maior risco de exclusão digital para priorizar investimentos.
✨ Conclusão: Tecnologia não pode ser luxo — precisa ser direito
A inflação pressiona todos os setores, mas na educação, ela ameaça o futuro de milhões de crianças e jovens.
O acesso à tecnologia não pode depender do CEP ou da renda familiar.
É preciso garantir que toda escola seja um espaço conectado, criativo e inclusivo — mesmo em tempos de crise.

